Foram assim edificadas as escolas do Largo do Machado, da Rua Senador Correia, da Praça XI de Junho e da Rua da Harmonia, no Rio de Janeiro.
Na capital do Império, a instrução primária, secundária e superior dependiam do governo. Nas províncias, as Assembleias provinciais, criadas pelo "Ato Adicional" de 1834, faziam as leis sobre a instrução primaria e secundária. A instrução superior em todo o Império estava a cargo do governo central.
Em 1857 o Brasil possuía apenas 2.595 escolas públicas primárias com 70.000 alunos; em 1860 o numero de escolas sobe pra 3.516, com mais de 115.000 alunos; em 1886, havia 6.605 escolas publicas com 213.670 alunos; em 1889, são 300.000 alunos frequentando 7.500 escolas publicas para o ensino primário.
Para o ensino secundário, além dos estabelecimentos particulares, havia no Rio o Colégio Imperial D. Pedro II, e Liceus nas províncias.
Para o ensino superior e técnico havia em São Paulo e no Recife (Pernambuco) Faculdades de Direito;
No Rio e na Bahia existiam Faculdades de Medicina; e nestas duas ultimas cidades e em Ouro Preto, haviam Escolas de Farmácia;
• No Rio tinha a Escola Politécnica, em Ouro Preto, Escola de Minas
• No Rio, em Porto Alegre e em Fortaleza existiam Escolas Militares, além de colégios preparatórios
• No Rio tinha o Colégio Naval, Escola de Marinha e Escola Superior de Guerra
• No Rio, Bahia, Recife e São Paulo, existiam Liceus de artes e ofícios
• No Rio tinha Academia de Belas Artes, Conservatório de Musica, Instituto de Surdos-Mudos, Instituto dos Jovens Cegos;
• No Rio e em diversas províncias, existiam institutos agrícolas, e nas província, existiam muitas estações agronômicas e escolas agrícolas.
• Havia no Brasil muitas escolas normais: uma no Rio, duas na Bahia, sendo uma para professores, e uma nas principais capitais de províncias. Para o ensino religioso católico havia dezenove seminários.
Durante uma de suas visitas a uma escola noturna no Rio, o Liceu de Artes e Ofícios, o imperador soube que um escravo alforriado estava matriculado e sabia ler, escrever e fazer contas.
"Quando entrava na aula dirigiu-se a ele batendo-lhe no ombro, em sinal de sua imensa satisfação em ver como um homem do povo procurava aprender para um dia ser útil ao país e à família."
A louvável falta de preconceito racial de D. Pedro II significava que ele não percebia a cor da pele como uma barreira à civilização ou a cidadania. Qualquer homem que por esforço próprio se tornasse alfabetizado, assim como Germiniano Monteiro, o escravo alforriado, estava, na visão do imperador, qualificado para exercer a cidadania.
Na astronomia existia no Rio um Observatório Astronômico que publicava um "Anuário" e "Anais" em que apareceram observações de astrônomos brasileiros sobre a passagem de Vênus, feitas em São Thomaz e no estreito de Magalhães em 1882. Havia igualmente no Rio um Departamento Central Meteorológico, um Posto Hidrográfico; muitas Bibliotecas, entre as quais a Biblioteca Nacional (que na época tinham 171.000 volumes, 8.000 manuscritos, 30.000 estampas) que publicava "Anais"; Existiam Museus, entre os quais é preciso citar o Museu Nacional do Rio (dirigido pelo sábio conselheiro Ladislau Netto que publicava "Arquivos" onde se encontram importantes estudos de historia natural e de etnografia; havia também o Museu Escolar.
Entre as sociedades cientificas citaremos o Instituto Histórico, Geográfico e Etnográfico do Brasil, a Sociedade de Geografia (presidida pelo primeiro ministro marquês de Paranaguá), a Academia Imperial de Medicina, o Instituto da Ordem dos Advogados, o Instituto Politécnico (presidido por S.A.R. o conde d'Eu) uma sociedade para a propagação das belas artes (presidida pelo conselheiro João Alfredo), muitas sociedades para a propagação da instrução publica.
Numa palavra, todos os estabelecimentos de educação que a França possuía no século XIX existiam no Brasil; e, era uma coisa lisonjeira para a língua francesa, é sobretudo em livros escritos em nossa língua que se estudava no Brasil. Nas escolas públicas, como aconteciam na França, as crianças de todas as religiões são admitidas por espirito de tolerância e liberdade, e que o ensino religioso é deixado aos cuidados da família e dos sacerdotes da religião em que nasceram.
Note-se que no Brasil havia poucos colégios pertencentes a corporações religiosas e, além disso, embora a religião católica era a do Estado, todas as outras religiões são professadas livremente; o clericalismo não existia, mesmo de nome, nesse país cujo espirito era essencialmente liberal.
FONTES E LINKS
• LIVRO DE ONDE FOI RETIRADO O NUMERO DE ESCOLAS PÚBLICAS "BENJAMIN MOSSÉ - A Vida de D. Pedro II, Edições Cultura Brasileira, SP, 1938. B. F. RAMIZ GALVÃO - O Imperador e a instrução pública - RIHGB, vol. 152, 1925" PDF DOWNLOAD
• COMISSÃO ASTRONOMICA BRASILEIRA 1882 PDF:
• ALEGORIA DO IMPÉRIO BRASILEIRO, O INDIO, SIMBOLO DA BRASILIDADE:
• O MECENATO ARTISTICO DE D. PEDRO II E O PROJETO IMPERIAL:
• LEOPOLDO BIBIANO XAVIER - Revivendo o Brasil Império - Artpress, São Paulo, 1991.
• JORNAL DO BRASIL - O centenário de Pedro II - 2/12/1925, apud RIHGB, vol. 152, 1925
• ASSIS CHATEAUBRIAND - Um professor de elites - RIHGB, vol. 152, 1925
• LÍDIA BESOUCHET - Exílio e Morte do Imperador - Nova Fronteira, RJ, 1975, 466 p.
• HEITOR MONIZ - O Segundo Reinado - Leite Ribeiro, RJ, 1928, 258 p.
• FOLCO MASUCCI - Anedotas Históricas Brasileiras - Edanee, SP, 1947, 268 p.
• JORNAL DO BRASIL - D. Pedro II - RJ, 1892, 159 p.
• MIGUEL MILANO - Heróis Brasileiros - Globo, Porto Alegre, 1943, 194 p.
• B. F. RAMIZ GALVÃO - O Imperador e a instrução pública - RIHGB, vol. 152, 1925
• JOSÉ MURILO DE CARVALHO - Dom Pedro II, ser ou não ser - Companhia das Letras, 2007
• RODERICK J. BARMAN - Imperador Cidadão - São Paulo, 2012
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